sábado, 30 de abril de 2022

De volta à escrita


 Bem, amigos da Rede globo. Cá estou novamente, após mais de uma década, de volta à escrita. 

Dia desses estava comentando com meu marido que me sinto como a cantora Adele, que só produz álbuns após divórcios. De fato, a arte é expressão de sentimentos e, em alguns casos, somos melhores quando estamos piores, quando a dor é latente, aí vem a inspiração e as palavras fluem como as lágrimas. 

É preciso dizer, dizer e dizer, assim como chorar infinitamente, até que se caia ao chão e em si mesmo e venham as epifanias, os esclarecimentos, a aceitação da vida como ela é, com suas cores vibrantes e sua ausência de cor, conforme as leis da física, o preto. 

E há momentos na vida em que nos damos conta de que está tudo preto, tudo sem cor. E olhamos pra trás e não conseguimos perceber quando exatamente foi o momento em que as cores ficaram pelo caminho ou quando elas nos foram roubadas por circunstâncias da vida ou pessoas que passaram por nós e as levaram. Sim, há pessoas que admiram tanto nossas cores que acabam tomando-as pra si e nos deixam no preto, na ausência de cor. E talvez eu fale sobre isso mais pra frente. 

O que importa no momento é que pretendo não ser mais uma Adele. Quero muito voltar aos meus textos e me permitir escrever e me projetar em diversos sentimentos e personagens. Pra isso, pretendo assinar cada postagem com uma Lidiane que existe em mim. 

A Pinklady, aquela de um passado distante, terá seu lugar aqui com a republicação de alguns de seus textos. Não posso me envergonhar dela, ela construiu quem eu sou com todo seu processo em depressão. Mas teremos a Samantha, minha personagem favorita da série Sex and the City. Samantha é uma parte de mim, irreverente, que fala como se homem fosse numa sociedade que insiste em ser machista e diferenciar o peso de um discurso quando sai da boca de um homem e de uma mulher. E a Lee, ah, não sei bem o que esperar da Lee. Aos poucos ela vai mostrando suas cores novamente. E quem sabe outras e outros não apareçam no meio da jornada?

Lembrando daquela aulinha de Teoria da Literatura que diz que o autor, pessoa, não é quem escreve. Escrever é como uma psicografia. O autor é um instrumento que dá lugar às diversas vozes que habitam seu inconsciente e nós não somos nossos pensamentos, eles apenas passam por nós em forma de hipóteses, dúvidas, permissões e imaginações. 

Então se você me conhece pessoalmente, favor não confundir, combinado ? 

Lee. 

Um comentário:

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